Deslumbramento...

Nossa heroína de 17 anos estava desfrutando desse sentimento. Ela fez sua primeira viagem sem a companhia dos pais e estava empolgada com o que encontrou por lá.

Ela pôde ver muitas coisas novas e até fez amizade com pessoas muito.... chatas e manipuladoras, embora nossa pura e doce heroína não percebesse esses predicados em seus novos amigos. Tanto que, à essa altura, eu estava achando a leitura um pouco maçante e me perguntava onde isso iria chegar.
capa do livro A Abadia de Northanger escrito por Jane Austen
Mas então nossa heroína começa a seguir o que acha que é o melhor para si. Conseguimos ver um amadurecimento: seu doce e bondoso coração descobre que a maldade é real e pode estar bem perto. Mas isso não quer dizer que, de repente, ela vire um poço de sabedoria e maturidade. Sua mente avoada e criativa também consegue imaginar as coisas mais absurdas e até ver maldade onde não tem.

Talvez amadurecimento seja isso mesmo: ver as coisas como são. Nem mais dramáticas, nem mais fofinhas — apenas como são. É... acho que demora um bom tempo para se chegar à maturidade.
frase escrita por Jane Austen
Por um lado, A Abadia de Northanger critica as leitoras imaginativas de romances góticos que confundem ficção com realidade, de forma que chegam a ser alienadas da real realidade. (Será que me fiz entender?)

Por outro, mostra a relevância da literatura de ficção, pois vemos um personagem bem interessante dizer que gosta de ler um romance gótico de vez em quando... e que não vê problema algum nisso. Também conhecemos uma pitada da opinião do narrador (ou deveria dizer narradora?), que faz uma verdadeira defesa dos romances.

E, lógico, também tem romance nesse livro! <3
contracapa do livro A Abadia de Northanger escrito por Jane Austen
Esse é meu segundo livro da Jane Austen e, de forma geral, eu gostei bastante. Aliás, acho encantadora a forma como a autora desenrola o amor: ele é baseado no caráter e não em paixões avassaladoras e inexplicáveis. Nem sempre tudo é fofinho e perfeito, mas a personalidade da pessoa amada cativa o seu par e é genuinamente admirada por ele. Creio que Jane escreveu sobre o tipo de amor que ela tanto sonhou, mas que não pôde viver...


Título original: Northanger Abbey
Primeira publicação: 1818
Autora: Jane Austen
Exemplar que li: A Abadia de Northanger, Editora Martin Claret, tradução de Roberto Leal Ferreira, 280 páginas
Categorias: ficção, romance, literatura inglesa


6 Comentários

  1. Como sempre Jane Austen encanta! Já quero este também. Vai pra minha lista

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  2. Oi Dafne!
    Recentemente comprei aquela edição azul da Martin Claret que tem Mansfield Park, Emma e A Abadia de Northanger, e estou ansiosa para começar a ler! Da Jane só li Orgulho e Preconceito até hoje, então espero gostar dos outros livros da autora. :)
    Beijos!

    Mais Uma Página

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    1. Oi, Michelly!!

      Eu tenho bastante curiosidade sobre essa edição! Quase comprei o volume rosa (que traz outras três obras), mas fiquei receosa por causa de comentários a respeito da tradução... Mas a edição é tão linnnda!!

      Não deixe de comentar a respeito da tradução depois de ler!! Eu gosto muito do seu blog, de vez em quando passo por lá.

      Beijos!

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  3. Oi Dafne, amei seu texto!

    Como você, A Abadia de Northanger, foi meu segundo Jane Austen. Adorei o narrador (ou narradora) que vez ou outra se intrometia na própria narrativa. Lembro desse livro sempre com muito carinho porque lembro de ter boas reflexões e me divertido muito durante a leitura.

    É isso!!! <>

    ^^

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    1. Oi, Kelly!! Que bom que gostou da resenha!!

      Jane Austen é cativante!

      Obrigada por comentar!

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