Resenha: Tudo depende de como você vê as coisas (Norton Juster)

Era uma vez um menino chamado Milo que não sabia aproveitar seu tempo. Enquanto fazia uma coisa, estava sempre pensando em fazer outra. Ele não sabia viver o momento!
Um dia Milo viajou para terras estranhas. Estranhas em várias sentidos. Vejamos:

es·tra·nho

adj

1 Que provoca espanto ou admiração por ser novo, desconhecido ou nunca visto;

2 Que é incomum, contrário ao uso ou aos padrões e costumes vigentes na sociedade;

[...]

(Fonte: michaelis.uol.com.br)

Entre esses lugares tão estranhos, Milo conhece Expectativas, a Ilha das Conclusões Apressadas, Digitópolis, Dicionópolis e as Montanhas da Ignorância. Passa pela Floresta da Visão e lá descobre que duas pessoas podem ter pontos de vista diferentes – e ambas podem estar certas!

Como você pode perceber, Tudo depende de como você vê as coisas não é apenas uma aventura infantojuvenil: esse livro tem muito a dizer aos adultos. Os incontáveis trocadilhos (a começar pelos nomes de personagens e lugares) me fizeram rir, sorrir e refletir.
Milo também conhece muitas criaturas curiosas (retratadas em dezenas de ilustrações de Jules Feiffer) e passa por diversos apuros! Tudo isso enquanto tenta ajudar na restauração da paz e da coerência nessas terras tão estranhas.
Enfim, foi uma leitura muito agradável. Brincando com palavras e números, Norton Juster soube retratar o fascínio do conhecimento. E, por que não, da literatura de ficção. Afinal, depois de passar por essas aventuras fantásticas (em todos os sentidos do Michaelis), Milo começa a ver a vida real com outros olhos. Não é isso que a literatura de ficção faz conosco?


Título: Tudo depende de como você vê as coisas
Autor: Norton Juster (americano)
Ilustrador: Jules Feiffer (americano)
Páginas: 264
Editora: Companhia das Letras